Como latem os cachorros a noite


20/01/15

Sério, já notou como os cachorros latem muito durante a noite? Eu não sei o que eles enxergam, o que eles vêm, ou pensam existir, o que querem dizer, o porque não estão dormindo, mas tipo, eles latem muito durante a noite. Talvez isso tenha sido algo que notei a vida inteira, mas até quinze minutos atrás nunca tinha dado importância. 

Eu estava sentado na escada aqui do lado de fora nos fundos de casa, é uma da manhã e eu devia ir dormir, afinal é apenas uma quarta-feira e logo mais tem que estar no trabalho, mas é uma noite agradável, por isso sentei. E de qualquer forma, o que impede as pessoas de sentarem do lado de fora de suas casas em uma madrugada qualquer no meio da semana? Até você que está lendo, nada te impede. E foi ali sentado que o cachorro começou a latir, ele não me via, eu também não via ele. Sabia onde ele estava, ouvia seu movimento, talvez ele também tenha me considerado assim, mas ele latiu, e latiu de novo, e de novo, até eu usar do artifício do shhhh. E ele entendeu e ficou quieto. Acho que identificou quem eu era pelo shhh. 

Primeira lição da noite: cachorros latem muito a noite; segunda: nada te impede de sentar do lado de fora de casa numa madrugada no meio da semana; terceiro: cachorros compreendem o shhh.

E dai voltou aquele silêncio misturado com alguns carros passando próximos, o vento e alguns grilos. Já parou para ouvir os grilos? Eles fazem barulhos de grilos. Desculpa desapontar com essa questão óbvia. Então temos os carros passando, o vento levando as nuvens, os grilos fazendo grilices. E claro, os cachorros latindo. O de casa estava quieto, mas ao longe escuta-se a sinfonia. Eles conversam entre si? A essa hora? Quanta disposição. Daí que os cachorros nessa sinfonia noturna, junto com as nuvens indo embora com o vento, esse clima de verão prestes a chover a qualquer momento, sei lá, mas tudo isso misturado meio que começou a encaixar tipo quebra-cabeça. Seriam os cachorros, as nuvens, os grilos, os carros, tipo como esses pensamentos que surgem na cabeça de todo mundo, sempre durante a noite madrugada? 

Eu tentei começar a fazer algumas coisas umas quantas vezes desde o final da novela das sete, nada rendeu. Nem dirigir aleatoriamente e começar tiroteios com a polícia no GTA foi algo, digamos, digno de não fazer nada. Foi como se desde as oito e meia da noite a única coisa que rendeu foi perceber como os cachorros latem muito durante a noite. E então ao fazer essa comparação meio tosca que vou pensando, enquanto digito esse texto genérico e grande que a maioria das pessoas não vai ler, justamente por ser genérico e grande. Mas essa comparação de que latidos, grilos e a cabeça pensando em tudo, e ao mesmo tempo não pensando em nada, são coisas típicas da madrugada. Sim, as vezes isso também ocorre durante o dia, mas não com tanta ênfase como agora. 

É como se os cachorros estivessem querendo falar algo muito importante, mas que eles só falam durante a madrugada para aqueles que estão dispostos a ouvir eles. Mas pensa comigo, ou a gente esta dormindo, ou a gente usa o shh, ou a gente simplesmente não entende o que eles estão querendo expressar. Quando criança, que nem faz tanto tempo assim, eu achava que o latim era a língua dos cachorros (tipo latim de latido, nada ver) mas não é. Se fosse, quem sabe dava pra entender alguma coisa, mesmo eu não sabendo latim. Mas como só sei quatro línguas desse mundo, e apenas uma corretamente (naquelas), falta muita coisa pra aprender.

Talvez esteja aí a quarta lição da noite: não é possível entender cachorros latindo no escuro. Sim, no escuro, porque se é durante o dia fica um pouco mais fácil descobrir se é fome, se ele está preso, se ele só quer carinho, ou se ele só está te xingando. 

Pausa. Fui selecionar novas músicas e esqueci porque estava escrevendo esse texto mesmo.

Voltamos a parte da comparação, cachorros latindo durante a noite, são como os pensamentos que rodeiam a cabeça minha, tua, dessa pessoa ai do teu lado, de qualquer um que você pensar, os pensamentos esses que ficam indo e voltando tipo um pinball na cabeça e que é difícil colocar a maldita da bolinha na rota certa para ganhar os pontos. Temos a quinta lição?

Não tente entender pensamentos, eles são igual cachorros latindo durante a noite. Talvez. Temos muito que aprender com os cachorros. Cinco lições para uma noite estão bem, eu acho. Acho que preciso acordar junto com o sol pra aproveitar melhor o dia. Talvez eu consiga isso hoje, mesmo faltando poucas horas para que ele volte a dar as caras aqui por esse lado do planeta. Mas antes de ir tem duas músicas bacanas de hoje para compartilhar, a primeira foi enquanto escrevia aqui.

O Avicci consegue fazer músicas cada vez melhores, e recentemente ele lançou a The Days, que toca em tudo que é lugar, e a The Nights, essa mais recente e ainda sem tanta repercussão. Mas que entre as duas foi a que mais tenho escutado, além da música e o clipe serem bons, tem uma letra bem bacana para agregar essa vibe de pensamentos na madrugada. 

One day you'll leave this world behind / So live a life you will remember / These are the nights that never die / When thunder clouds start pouring down / Light a fire they can't put out / Carve their names into those shining stars / Go venture far beyond these shores

Um dia você deixará esse mundo para trás / Por isso, viva uma vida que você vai se lembrar / Essas são as noites que nunca morrem / Quando as nuvens começam a soltar seus raios / Acenda um fogo que elas não possam apagar / Esculpa seus nomes nessas estrelas brilhantes / Vá se aventurar além dessas margens


E antes de ir, essa música aqui que foi a música nova conhecida mais legal do dia, Can't Stop Won't Stop - Scrape The Sky, porque cansa ouvir sempre as mesmas coisas, essa é uma boa para mudar um pouco o estilo,  e vai por mim que é uma baita música  que serve tanto para começar o dia alegre, ou encerrar o expediente no final da tarde, e de ouvir com volume alto.


E aproximadamente 1h30 desde ter começado a pensar nesse texto sentado lá fora, eu ainda continuo em dúvida se vai crase no título ou não. Se leu deixa teu comentário! ;)

Em resumo, talvez esse texto tenho saído apenas para que seja uma noite que nunca morra

Bom final de quarta-feira para quem fica, boa quinta-feira para quem chega!

Eu queria, fui lá e fiz. Será?


05/01/15

Eu queria ter feito um post durante o feriadão, não deu, dormi demais. Queria ter feito no final de semana, não deu, foi movimentado. Assim é a vida, você queria, foi lá e fez, ou não. Tem uma coisa que eu sempre curto fazer que é "descobrir onde vai dar essa rua", principalmente quando é no interior, tipo estrada de chão, longe de tudo e de todos. É perigoso até. Por exemplo, sábado fui com minha mãe e minha tia para Santa Lúcia do Piaí, um distrito aqui de Caxias longe pra caramba. Existem dois caminhos para esse local, um asfaltado e um por dentro das colônias - nem preciso dizer qual eu prefiro - mas o interessante é que esse da colônia é onde as vezes criminosos largam corpos, carros roubados e drogas. Um lugar tão lindo e bucólico, talvez por isso seja usado para esse fim, uma pena. Depois no domingo eu fiz um outro passeio, dessa vez sozinho, entre o Bairro São Vitor, Galópolis, BR116, 3ª Légua e então queria voltar para a BR116 e vim parar no São Caetano. Quem tiver noção do que estou falando vai perceber que eu quase não sai de casa, mas tudo isso levou algo em torno de 1h30. Foi divertido, bem divertido, como diria em outros vídeos de passeios do gênero. 

Mas enfim, tem tanto lugar por perto e que são muito fodas. Mas a gente desconhece, mas são logo aqui do lado. O foda é gasolina, e olha que o carro não é exclusivamente meu e não me preocupo "muito" com isso. Outro fator interessante desse assunto é que ele se encaixa no título desse post "eu queria, fui lá e fiz", ou seja, eu queria saber onde dava aquela estrada, com tempo bom e tempo no relógio de sobra, partiu descobrir. Esses dias um amigo disse "eu só parei de não fazer o que eu quero, a vida é tão curta" (é a frase está meio confusa, mas dá para entender o significado). Talvez seja o espírito de ano novo que citei no post anterior, essa coisa de fazer o que não fez no ano anterior, de criar novas metas para o ano novo e coisa e tal. No domingo eu fui dar uma volta perto de casa de bicicleta - meta de 2015 - e acabei fazendo uma volta de 8km até o centro em 1h, bem perto de casa, só que não. Mas, queria, fui lá e fiz. Parece tão prático de falar. Prático quando o assunto é pegar o carro e descobrir uma estrada não muito longe de casa, ir até lugar ABC e voltar para a janta, mas quantas mais decisões não são tão simples assim e não se encaixam nesse "fui lá e fiz". Claro, tem sempre uns meio doido que fazem o que vem na cabeça, e isso é tão normal quanto o sol nascer todas as manhãs.

Mas, a grande questão existencial do momento é: "Eu quero, vou lá e faço. Será?". E você, o que faria?


Bom, pensamentos colocados no 'papel', algumas fotos bacanas para compartilhar, e um post recente no blog. Hm, começando bem 2015. O vídeo de quarta-feira será sobre esse tema e as saídas do final de semana. Enquanto não tem férias a vista, vamos aproveitar o que a cidade tem a oferecer e as pessoas ainda não conhecem. E que certos lugares continuem assim, saudades Gruta da 3ªLégua limpa e bem cuidada.... Agora almoçar quanto assisto Molejo no Encontro com a Fátima Bernardes, sério, Molejo, melhor maneira de começar a semana.

Beijo, abraço e até logo! Vídeo bacana de um passeio genérico na antiga usina do Piai em maio de 2013 ;)


Vou comprar um aquário

02/01/2015

O spotify toca deixa acontecer do revelação, aquele pagode tradicional da cultura brasileira. E 2015 começou assim, deixa acontecer naturalmente, e siga assim, eu acho. Não vim aqui escrever pensando em algo específico, mas tem uma tela branca pra preencher e alguns vários pensamentos para colocar em ordem. Que ano que passou, que virada, que início de ano. Só dormi, isso é verdade. Só dormi. No maior sentido literal que essa frase possa expressar, espero amanhã aproveitar melhor o dia. Se o clima de verão decidir ajudar e aparecer, ta foda. Mas, onde eu queria chegar mesmo? Ah é. Começou um ano novo.

Eu me lembro exatamente das últimas quatro ou cinco viradas de ano, e todo ano que muda é aquele espírito de que a vida muda junto. De que novas atitudes irão ser tomados, novos sonhos serão buscados, antigos problemas serão deixados para trás. Aai ai, ano novo... tanta coisa na cabeça parece. Particularmente 2014 foi uma bosta, a viagem pra Amazônia salvou o ano de ser pior, ainda mais embalado por 2012 e 2013 que foram excepcionalmente muito bons, mas fazer o que. O ano não foi bom nem pro Eike Batista, quem diria que seria bom pra mim. Anos ruins servem para valorizar os anos bons que passaram e pra evitar que no próximo sejam cometidos os mesmos erros do ano anterior. Erro? É, talvez não seja a palavra certa. Enfim, já vai na hora 2014, que todo esse espírito de renovação faça algum efeito realmente em 2015.

Porque bem na verdade a gente não precisa de um 31 de dezembro para dizer que a vida vai mudar. Assim como não precisamos de uma segunda-feira pra começar uma dieta. É coisa que a gente coloca na cabeça pra parecer que supertição é coisa boa e vai mudar alguma coisa na vida. Mas se for pra entrar no clima, vem 2015 e vamos juntos fazer melhor que 2014.

2015 começou bem, trabalhando, show da Chimarruts, bem relacionado, encontro com amigos, novas surpresas, começar o ano reativando o contato perdido do ano anterior. E aquela mistura de sono da madrugada, cansaço do trabalho, cabeça meio cheia, música alta, uma leve sensação de estar no lugar e ao mesmo tempo não estar, e dai deitar a cabeça no travesseiro e pensar "amanhã penso na vida nova do ano novo". Há uns 20 dias atrás, (16/12) no trabalho estava rabiscando alguns papeis quando escrevi um pequeno texto que reflete um pouco do que se passa na minha cabeça nesse momento da vida.

"Pensando alto. Não fiz nada de novo. Não fiz nada, de novo. 
Até quando eu vou ficar sem fazer de nada o novo? 
Se nada é novo, não fazer nada é novo, mas não é novidade não fazer nada, porque foi feito de novo.
De novo e de novo, não fazer nada não foi novo. 
Até quando vou ficar sem fazer nada, de novo?"

Eu reli agora novamente, nem eu entendi, mas ainda concordo com ele. Acho que essa virada de ano foi muita informação pra minha cabeça. Me despeço desse primeiro texto com as mesmas promessas sazonais de tentar escrever seguidamente, todos os dias, ou quase todos. Haha, nada como mentir para si mesmo. E ainda pretendo fazer vídeos semanais no youtube esse ano, o primeiro para quarta-feira que vem. E nem comecei. Vou postar nesse canal novo que pode se inscrever clicando aqui. E o que toca na playlist aqui compartilho com você, um roots rock reggae para começar o ano musicalmente.

Feliz Ano Novo e Próspero 2015!

Tirei o seu sossego / Abri os teus segredos / 
E vi nos seus defeitos um caminho pra entender / Que a vida logo passa e quando a gente vê


O fascínio pelo fogo

atemporal.

O fascínio pelo fogo sempre foi marca da humanidade, e mesmo nos dias de hoje não seria diferente. Seja em uma tribo isolada na Amazônia que se queima cozinhando o almoço, um turista fotografando a erupção constante dos vulcões no Havaí, ou cientistas analisando com tecnologia avançada as explosões solares e reconhecendo novas estrelas na galáxia. 

O fogo, literalmente, faz brilhar os olhos. E também não seria diferente quando se reune amigos ao redor de uma fogueira para cantar, brincar, refletir, ou simplesmente ouvir o barulho do fogo queimando e dos animais ao redor. O fogo em um acampamento faz isso tudo isso, queima na hora de cozinhar, serve de motivo para fotografia, explode a madeira usada, e faz brilhar os olhos de quem optou por sair um pouco da rotina pra ficar em meio a natureza. Foto no acampamento na Ulbra, em Canoas. #escoteiros


Hoje acordei de mal humor e escrevi um texto

04/12/14

Uma vez escrevi um texto sobre o uso das palavrinhas mágicas e como elas são legais. Mas também quero discordar de mim mesmo. Porque as vezes elas são meio porre e no fundo é uma pequena hipocrisia de cada dia. Veja, ninguém é obrigado a acordar de bom humor.

Agora um pouco mais cedo estava fazendo alguns exames de sangue de rotina, com preguiça até de colocar os fones e selecionar que música ouvir enquanto esperava. Eis então que ouvi diversos "bom dia", "bom dia senhor", e ninguém falava isso olhando um para a cara do outro, ninguém falava isso com a intenção de um verdadeiro bom dia, e não havia como saber se realmente cada pessoa estava tendo, ou vai ter, um bom dia. E que conceito de bom dia é esse? Tem sol, temperatura agradável, posso vir trabalhar de bermuda, é um bom dia. Temos sono, tem trânsito, na quadra ao lado o PA Municipal beira ao caos por falta de médico, não é um bom dia.

Quando chegou minha vez a enfermeira "oi, bom dia" "oi." E então perguntou "tudo certo contigo pra tirar sangue?" eu não ouvi direito pedi pra repetir e naqueles milésimos de segundo os neuronios pensando rapidamente  "Tudo certo? Hm. Ta tudo certo. Mas que conceito de certo? Hm... Acho que sim, pra isso que ela perguntou sim". "Sim, tudo ok." Ao final, ela termina de dar as orientações e me sai com essa "fica pronto amanhã, bom dia" o máximo que saiu da minha boca foi um "OK, até logo, obrigado". A orientação moral da vida em no período da manhã dizer sempre bom dia, isso, por incrível que pareça também me incomoda. Sabe, tipo o vídeo do Porta dos Fundos. Talvez seja porque to com sono, porque até então ainda não tinha comido nada, porque... Porque...

A gente se acostuma a viver, no que eu chamo, as pequenas hipocrisias de discursos da vida, e consequentemente se acostuma, ao menos aqui em rede social, postar, ler, ver o que é bom. Viagens, conquistas, festas, coisas de um bom dia. E no fim tudo não passa de alguns segundos registrados de um "bom dia", dia esse de 24h, jogado na timeline alheia, e a impressão que pode passar é de vários e diversos bons, ou nem tão bons assim, dias comuns. É a nossa mania de editar os melhores momentos, e disso sei do que estou falando.

Talvez eu só tenha acordado meio chato. Afinal se olhar pra fora aqui na Estação Férrea, por exemplo, de um lado tem os bares da cidade que a essa hora dormem, mas que mais tarde são o melhor exemplo do  que comentei antes sobre a edição dos "bons dias" que vemos na timeline. Mas do outro têm os trilhos vazio, a grama cortada se recuperando do festival de semanas passadas, umas árvores meio escondidas e um silêncio convidativo pra pensar na vida e continuar escrevendo até encontrar as palavras certas pra iniciar a manhã. Obviamente prefiro o lado de dentro da Estação. Nada contra o bom dia ou qualquer outra expressão maior, mas tem vezes que, como dizem o Gus e a Hazel, serve um O.K, mesmo que com um significado bem diferente do original.

Ah, em algum lugar próximo, acredito que seja na escola de dança, a vizinhança inteira escuta Rather Be do Clean Bandit. Parabéns vizinho, mantenha o som alto com música boa que ajuda a ter um bom dia, ok. Vídeo do Porta abaixo.


O post sobre o bom uso das palavrinhas mágicas, porque se contradizer é normal, ou deve ser. Pode ler aqui


Gabriel acordou de mal humor e com preguiça,
escrever e ouvir Clean Bandit melhorou consideravelmente a manhã.