Só mais um domingo...

... o último dos, aproximadamente, 940 domingos, ou seja, dos últimos 18 anos. Se eu errei a conta, desculpa eu faço jornalismo. Para quem ler esse post até a próxima sexta-feira, dia 30 de setembro, é possível ouvir o que estou escutando enquanto escrevo, BBC Radio 1.

Então, esse é o último domingo dos últimos 18 anos, digo isso porque na próxima sexta-feira, dia 30, faço 19 anos. Yeeh parabéns pra mim! Enfim, o que me fez vir escrever foram dois fatores, a vontade e a necessidade de escrever. As vezes se tem tanta coisa na cabeça - a maioria dispensável - que acabo me obrigando a vir aqui na Penseira Virtual, é como acampar, pode até ser desconfortável, mas sempre, repito, sempre vale a pena. E para quem gosta de escrever é sempre assim, começa de um jeito e no final tu acaba se sentido diferente de quando começou. Mas confesso, muitas vezes tento entender o que é o Blog: é para mim? para quem lê? Esse é um daqueles posts que se fosse separar nessas duas "categorias" definiria como 'para mim', portanto se você não tem interesse em saber sobre o que está passando na minha cabeça ou o que pode estar escrito após o vídeo abaixo, pode sair do blog e ir fazer algo melhor da sua vida. Não estou dizendo para ir embora, mas com certeza você deve ter outra coisa melhor a fazer do que ficar revisando meu português para ver quantas frases eu escrevo com você ou com tu, sempre me referindo a você, ou a ti, caro leitor. Só te adianto um detalhe: não tente me entender, nem eu consigo.


Bom, já que você é uma pessoa com tempo livre e curiosa por saber o que se passa na cabeça alheia, bem vindo! =) O porque do vídeo acima? Na verdade nem eu sei. Dá a impressão de que tá tudo numa merda e ao terminar esse post eu vou cometer suicídio. Mentira. Já to deitado com o note em cima das pernas, fones ligados e escrevendo... não saio daqui por nada. E mesmo que estivesse em pé digitando da sacada de casa, não iria cometer suicídio, até porque isso seria muito estranho uma pessoa em pé numa sacada digitando com uma mão e segurando um note com a outra durante uma hora. Esse vídeo - além de muito bem feito - faz pensar que realmente, o mundo ta uma merda. Há quem diga que não devemos nos influenciar com o que vemos na mídia, não devemos deixar que outras pessoas digam o que devemos fazer ou como devemos agir. Nesse caso então digo que o vídeo está ali não para fazer a minha ou a sua cabeça, mas está ali porque concordo com o ele diz. É como um RT, depois que você o fez, não adianta dizer que a opinião é da pessoa que escreveu, é sua também.

Sério vocês não tem noção da dificuldade que estou em ligar os parágrafos, eu sei o que eu quero escrever, mas não sai o filho do útero, entende?

Continuando... o mundo ta uma merda, mas isso também não é motivo para largar tudo e ir viver de trabalho voluntário na África ou em uma colônia de pinguins na Patagônia. Não é, né? Ontem eu comentei isso em uma conversa com o @samuelmcqueen e agora pensando é uma ideia tão estúpida a ponto de ser ridícula, mas que eu toparia na hora. Se lembra que antes falei que não levanto daqui por nada, então... se agora entrar alguém pela porta do quarto e disser: "Gabriel! Arruma tua mochila que estamos indo pra África (ou qualquer outro lugar do mundo) e tu não precisa se preocupar com nada, partiu!" Ai sim eu levanto daqui, já tenho até metade da mochila pronta (sim, tenho uma das mochilas de acampamento semi-pronta para qualquer momento). 


Então, nos três minutos que levei para colocar o vídeo aqui, assistir e fechar o navegador por engano, não apareceu ninguém aqui me dizendo para levantar e partir para algo emocionante. Portanto, continuo por aqui... Sabe, essa é uma das 'coisas' (já disse o quanto odeio essa palavra? então leia aqui) que mais tem passado na minha cabeça: o continuar aqui. Não que eu queria largar tudo e minha vida seja uma merda e eu não tenha nenhum motivo para continuar 'por aqui', mas né tudo tem seus prós e contras. Admito existem muito mais prós do que contras, sem dúvida nenhuma. Porém, é tudo tão igual, ou a culpa é minha mesmo e eu não quero admitir isso pra mim mesmo. Sei lá, é como se a pergunta mais difícil do mundo fosse o Cérebro perguntando ao Pink "o que vamos fazer hoje". E a única resposta, para todas as perguntas do Universo fosse: "Vamos dominar o mundo", ou o mais nerds diriam "42". E para mim, quando me faço essa pergunta a resposta é: "o mesmo que fazemos todos os dias, seguir a rotina" - que não é dominar o mundo. Hoje por exemplo, esse fim de semana num todo. Sábado pela manhã: trabalhar, continuar editando um casamento, ter umas instruções de filmagem com as câmeras fotográficas, não digo que editar casamento seja o que eu mais amo, muito menos o fato de ter que trabalhar no sábado, entretanto trabalho fazendo o que é meu divertimento - fazer vídeos - e com equipamentos que sei que poucas pessoas sabem lidar, pensando assim, não tenho nada o que reclamar. Só o fato de trabalhar no sábado... difícil mudar a rotina dos últimos nove anos.


No sábado a tarde o que eu mais amo, ir para atividade escoteira. Chegamos mais cedo, limpamos a sala do Clã, durante a tarde fomos ver da cozinha para o Mutirão Pioneiro e depois fomos testar a cadeira ejetora para o Acampamento de Integração. Infelizmente, na melhor hora, tive que sair mais cedo para ir trabalhar, (entendeu porque não gosto de trabalhar no sábado) mas já que o escotismo não paga minhas contas, só cria novas hahaha, vamos ao trabalho. Filmar um casamento na Igreja de São Pelegrino, 1 hora e meia de bastante tensão, revisar bateria, cartão de memória, luz, abertura da câmera, foco, velocidade, enquadramento, nada pode sair errado, afinal a pessoa só casa uma vez, não filmou direito perdeu. Porém, assim como a filosofia escoteira diz, é aprender fazendo, cada vez me sinto mais seguro quando estou filmando. Exceto quando estou caindo de sono e esqueço de apertar REC e perco a noiva jogando o buque para trás durante a festa (isso aconteceu semana passada às 04h00 de domingo). Saio correndo da igreja e vamos para o aniversário de 10 anos da minha prima em uma pizzaria. Momentos ótimos com a família e a comida melhor ainda. Volto para casa, show do Snow Patrol no Rock in Rio e dormir porque o dia foi cansativo. Algo de ruim? Trabalhar - muito bem obrigado, muita gente nem emprego tem, escoteiros - a semana toda esperando pelo sábado e lá estavam as 100 pessoas da segunda família todas felizes em suas atividades, trabalhar - porque é sempre bom ganhar um extra no fim do mês, janta com a família - para terminar bem o dia, show de banda britânica - sotaque, música boa e um ótimo fim de noite. Reclamar de algo e dizer que o mundo está uma merda é atestado de babaquice, vejamos se até o fim desse post eu mereço ou não...


Nesse momento a trilha do Ready For the Wekeend acabou, então vamos de BBC Essential Mix Calvin Harris, que pode ser ouvido eternamente aqui. Hoje, domingo, acordo 12h15, vou direto para o almoço com toda família na garagem em casa com um belo churrasco de aniversário. Termino de comer vou para a rede, ligo o note, 3G e fico embaixo das árvores ouvindo música e na internet por aproximadamente umas duas horas. Como se não tivesse nada para fazer tipo trabalhos da faculdade, projetos escoteiros e assim por diante... No meio da tarde vou ver TV, um pouco de música, seriados, documentários e por fim decido por terminar de assistir The Inbetweeners, uma série que descobri duas semanas atrás e já terminei de ver as duas primeiras temporadas. Então chamam para cantar o parabéns para minha prima, comer a torta, doces e salgados. Volto ver TV e ficar no computador. Janta assim como foi o almoço. Retornar a rotina da TV e internet até o momento de twittar: "Aquela hora em que tu para e pensa no que fez durante o dia e fica em duvida se foi um domingo útil ou não. Foi bom, mas. Resta dormir. Até!"


E realmente, o mundo está uma merda, mas depois de um fim de semana como esse, será? O que me fez vir escrever tudo isso - que não deve ter feito sentido nenhum para você (lembra, post 'para mim')  - foi querer parar e refletir "o domingo foi bom, mas". Nessa hora pesam os prós e contras de tudo o que falei. Foi bom, mas podia ter sido melhor, não? Lembra lá do primeiro vídeo? Crie, Produza, Invente. Quem sabe seja essa... essa... essa... não encontro palavras para definir... mas essa 'coisa' de ter que ir deitar pensando no que fez ou deixou de fazer no dia de hoje e principalmente, no dia de amanhã. Por ter sido um fim de semana tão pacato, normal, calmo, sem graça (?), comum, mas ao mesmo tempo foi divertido, engraçado, familiar, onde mesmo sem ter feito nada de impressionante como escalar uma montanha ou se jogar em um açude e sair coberto de barro, rendeu muita história para contar. Se não muita história ao menos um post no blog eu tenho certeza. Vou começar a semana amanhã - ou melhor dizendo, ela já começou pois são 00:08 da minha última semana dos primeiros 18 anos - com muitas coisas na cabeça que deveria ter feito no fim de semana e não fiz. Não fiz porque passei o dia comendo, vendo TV e na internet. E agora o atestado de babaquice por reclamar está sendo encaminhando pelos correios, vai demorar para chegar já que estão em greve... Eu disse, mesmo que eu tivesse um irmão siamês que tivesse os mesmos pensamentos que os meus, ele não me entenderia. Na verdade acho que ninguém em sã consciência entende ninguém e nem a si mesmo. Seres humanos são complexos porque não querem admitir que todos são iguais, ou normais, anormais, sei lá.


A que ponto quero chegar? Olha, sempre que começo um post em blog essa é a pergunta inicial. Eu sei por onde quero começar, o final é consequência do que escrevi. Por isso escrevo - e não só eu, mas acho que todos os que têm blog e gostam de escrever - é como se o fato de escrever fosse uma extensão do que passa na tua cabeça, e tendo isso escrito fica mais fácil entender a ti mesmo. Ou seja: a que ponto quero chegar? Quero tentar entender porque essa inquietude de 'estar aqui', 'ficar aqui', essa vontade cada vez maior de descobrir o mundo, sair da rotina, viver mais e se desprender dessa normalidade de um dia depois do outro. Sinto que vou chegar num dia em que vou parar e olhar pra trás e pensar: "baah... fiz ontem o mesmo que fiz mês passado, que foi o mesmo da semana passada, e vai ser o mesmo que farei semana que vem". E o pior é que isso não é só para mim, porque no final das contas todo mundo, até mesmo você que está lendo até aqui (não sei como... o.O) também deve pensar nisso as vezes. Qual a graça de viver a mesma vida que todo mundo? trabalhar, estudar, vir para casa, ver um programa de tv preferido, ficar com sono, dormir, acordar, trabalhar, estudar, vir para casa... Pode até parecer exagero o que vou falar agora, mas o que salva tudo isso é a internet, ao menos pra mim. Já que não posso durante a semana largar o trabalho no meio da tarde e ir para o Ninho das Águias ou qualquer outro lugar do gênero, a internet está ali para fazer com que se fuja um pouco do que é comum e se descubra coisas novas. Um espaço para criar, produzir, inventar, escrever, rir, tudo no conforto de casa, deitado na cama, com fones de ouvidos ouvindo sua música preferida. Nada disso supera o fato de estar pessoalmente, junto com outras pessoas, fazendo tudo isso. Não estou falando que prefiro a internet a 'vida real', mas chegou ao ponto em que tudo se misturou e um complementa o outro, não tenho como fazer isso agora pois todos estão em suas casas, dormindo ou quase, preparando-se para amanhã entrar na rotina da semana e vivermos nossa vida real/virtual até que chegue o fim de semana e por ai vai... Entende onde quero chegar? Até que ponto vale fazer o mesmo de sempre com um mundo enorme que existe a ponto de pararmos e pensar o quanto já conhecemos, o quanto já caminhamos, o quanto aproveitamos. Tem gente que chama isso de crise existencial, outros de inferno astral, outros de questionamentos sobre a vida. Eu diria que é a última opção. Filósofos faziam isso não é mesmo, não que eu seja um filósofo, mas no fim todo mundo tem a capacidade de pensar e refletir sobre o que faz da sua vida. Hoje achei um bom momento para fazer isso. As vésperas de fazer aniversário, no final de um fim de semana ótimo, onde passei maior parte do tempo sozinho - mesmo estando em casa - e que no final vai ser lembrado graças a esse post. Da play no vídeo abaixo e continue lendo o último parágrafo...


Essa música meio que representa o que sinto atualmente... seja a letra ou a própria música. Uma vez detestava música eletrônica, hoje é o que mais escuto. O motivo acredito que seja pela diversidade de sons, barulhos, ruídos, do tipo quando não quero pensar em nada. As vezes vai ouvir alguma música e dai fica prestando atenção na letra e tudo parece indireta, direta, enfim... ou então fica tentando achar o baixo, a guitarra, a bateria, e com música eletrônica, ergue o volume e é como se tudo ao redor sumisse. É bom! =) Essa música em especial ela começa 'normal', calma, vai aumentando a intensidade, a letra vai criando um sentindo - ao menos pra mim - da aquela parada antes do refrão "who's gonna save the world tonight? who's gonna bring me back to life" e entra o refrão em que fica só no OHOHOHOHO e a pergunta fica rebatendo na tua cabeça "quem vai salvar o mundo esta noite? quem vai me trazer de volta à vida?" e então ela para, refaz a pergunta e a letra continua "where are far from home, it's for the better. What we dream, it's all that matter. We are on our way" que é exatamente aquele pulga que tenho desde o início do ano, essa coisa me incomodando de estar aqui, quando na verdade - como diz a música, gostaria de "estar longe de casa, para o melhor, o que sonhamos é o que importa, nós estamos no nosso caminho". Sei que não estou salvando o mundo hoje, mas em 18 anos de vida não tenho nada do que reclamar, nunca fez tanto sentido a expressão reclamar de barriga cheia. Essa inquietude é a idade, disso não tenho dúvidas. Espero que no décimo nono ano eu tenha muito mais histórias para contar, cada vez melhores, mais distantes e emocionantes. E para terminar definitivamente, posso não estar salvando o mundo hoje, mas sei que estou mudando ele, com um pequeno passo de cada vez...


I'm changing the world today, the world today. With a small step forward
and it's the simplest way, we can start today crossing lines and borders
And the change in you, means the world is changing to

E se leu até o final - o que duvido que muitos farão - deixe um comentário pelo menos! Foram 3 horas escrevendo... e como disse no início, valeu a pena, começo a semana com sono e tarefas pendentes. Porém aquele twett de boa noite de que o domingo foi bom, mas... depois de terminar esse post retiro o 'mas'. Ele foi bom, muito bom, ponto final.

Rap do Reporter

Para todos jornalistas e estudantes de jornalismo, e para quem passava o final da tarde / inicio de noite sonhando em ter um quarto com uma passagem secreta para uma sula suuuper tecnologica


Cruj! Cruj! Tchau!