Não lembro bem quando foi, mas teve um dia em que coloquei na cabeça “vou fazer um mochilão”. Junto dessa ideia também havia a opção “vou fazer um intercâmbio”. Sempre tive um país preferido, uma região em especial, um interesse extra além do estudo em determinado lugar. Nova Zelândia é legal, estudar inglês com aquele sotaque britânico feio, ir para um país lá no fim do mundo, com praia, cidades bonitas, montanhas, quem sabe procurar um Hobbit nas florestas. Londres, aah Londres, capital da Inglaterra, castelos medievais, música, Hogwarts, Baden Powell... tantos motivos me fazem querer ir para Londres... Já tem aqueles que gostam de dizer que foram ao centro do Universo, Nova York. Visitar a loja da Apple, Times Square, Estatua da Liberdade... ou então que seja um passeio rápido, mas um mochilão que passe por Lisboa, Madri, Roma, Berlim... Dar um pulinho na África, visitar as Pirâmides, fazer um Safári, tomar um banho de chuva no sul da África do Sul... E falando em Sul do Sul, um dos lugares que esteve na minha cabeça nas últimas semanas foi a Patagônia. Ushuaia (acho que é assim que se escreve) a cidade mais ao sul do sul do mundo. Navegar pelo Estreito de Magalhães, subir de volta pelo Chile, visitar os Andes, voltar pelo norte da Argentina, Paraguai, fazer trilhas no Pantanal. Seguir para o Norte, chegar na Amazônia, subir o Monte Roraima, chegar ao Mundo Perdido de Conan Doyle... tantas idéias, tantos lugares, e pensar em fazer isso antes que a natureza ou o próprio ser humano acabe com tudo. Não faltam inspirações, motivos e vontade. Porém tem que pensar em faculdade, família, grana... Se bem que sou muito aberto a ideias como colocar uma mochila nas costas, saco de dormir, barraca e andar. Desde os nove anos acampando, dormindo no chão, comendo refeições um tanto quanto duvidosas e com esse espírito de fraternidade mundial que sei que onde encontrar um Escoteiro sei que tenho com quem contar; me fez ter mais vontade ainda de largar tudo e sair por ai, ser um cidadão do mundo.
Mas a questão não é essa.
Foi numa quinta-feira, quando no trabalho, por meio de um RT – viva as Redes Sociais - fiquei sabendo de uma vaga de intercâmbio em uma Universidade fora do Brasil. A instituição paga tudo, eu gastava com passem e documentação antes de ir. O resto – alimentação, acomodação, transporte, ou seja, necessidades básicas e diárias – a universidade pagava. Para onde? Necessariamente não importava, apenas pelo fato de viajar, trabalhar e morar fora do país, sem ter esses gastos já me interessei. O local: Bogotá, capital da Colômbia. Função: Estágio de Comunicação na Universidade de lá (LCI). Trabalhar em: Mais ou menos o que eu fazia na Agência na UCS. Trabalhar para a faculdade produzindo textos, fotos, organização de arquivos de jornal, fotografia, que se de bem em trabalhos multimídia – radio, tv, impresso, online – ajuda em eventos, que goste e saiba trabalhar em equipe. Enviei o Currículo com a experiência da Agência da UCS, Jornal, Produtora de Vídeo, Festa da Uva... e cruzei os dedos. Na sexta-feira, uma semana depois, me ligam confirmando que, entre três candidatos, fui o escolhido.
Nunca passou pela minha cabeça ir para a Colômbia, mas hoje em dia, cinco dias depois da confirmação, minha cabeça não sai de lá. Procurei o endereço da Universidade no Google Maps e fui olhar a região. A impressão que tive é de que é um Bairro bacana, com Bibliotecas, museus, igrejas, órgãos governamentais... e ao lado um Parque Natural de Preservação do Governo. Não preciso nem dizer que para mim isso é algo que faz muita diferença! E daí você teve ter pensado Colômbia – drogas, FARC, pobreza, país subdesenvolvido da América Latina – ok, pode estar certo. Porém antes disso lembre do Festival Mundial de Teatro, Praias do Caribe, Sistema de Transporte exemplar para o resto do mundo... Tudo tem seus prós e seus contras, mas como tudo no mundo as pessoas só lembram do contra. Não me surpreenda que se um dia alguém de fora do Brasil pensar no nosso país e só lembrar das cenas de violência nos Morros Carioca e esquecer de tudo que existe além do que a mídia mostra.
Outro detalhe é o fato de toda a família estar ainda em estado, digamos, SURPRESOS DEMAIS de tudo ter acontecido tão rápido e eu estar embarcando em no máximo três semanas. A pouco mais de dez dias atrás eu ia ao trabalho, pensava na responsabilidade em aprender a filmar, quando iam começar as aulas, rever os colegas, estudar, fazer provas, os inúmeros projetos para o Grupo Escoteiro que tinha para o ano e que agora estão todos parados. Em seis dias decidi trancar a faculdade, me afastar dos escoteiros e sair do trabalho. Se eu realmente queria fazer intercâmbio e quando surgisse a oportunidade eu ia rejeitar? Magina...
Ontem, quando começavam as aulas na UCS, enquanto todos iam para o primeiro dia de aula do semestre, eu ia até o Protocolo e cancelava as cadeiras que havia selecionado para esse ano. Depois, enquanto devia estar na aula de Psicologia, estava no Escritório de Intercâmbio e em uma Agência de Viagens fazendo cotação de passagem aérea, seguro saúde, cartão travel money, carteira mundial do estudante e mais um mooonte de coisa. Sem contar que ontem fui atras de preços de notebooks. Resumindo, entre passagem, seguro saude e outros detalhes gasto uns R$ 2.500,00. E um note? Bom... se é pra comprar então que compre um que seja muuito bom e que me seja util no futuro, profissionalmente falando. Não sou de pensar pequeno, e graças a ajudinha dos vendedores que fizeram bem seu trabalho, minha mãe esta convencida em comprar um MacBook. Mas esse vou deixar para a semana que vem, apenas um detalhe, o MacBook sai mais caro que Passagem Aérea e documentação... E de onde sai todo esse dinheiro?? Bom, calcule que não vou fazer UCS por seis meses, era para começar Carteira de Motorista esse mês - um valor que ja estava garantido -, gastos com acampamentos e viagens escoteiras, ou seja, fiz uma troca. O que iria gastar normalmente, troquei por uma experiência que com certeza vai ser muito mais vantajosa. Vindo da UCS pra casa minha mãe comentou que após eu fazer a carteira ia pensar em trocar o carro, eu apenas disse: "mãe, gasta o dinheiro em viagem, estudo e trabalho que vou gostar muito mais do que em um carro novo". E eu não me importo realmente em ficar sem carro, computador, casa, desde que tenha um mundo inteiro esperando para ser explorado e eu tenha a oportunidade de fazer isso. (Bonita essa frase hein....) De muitos amigos e conhecidos que tenho, vejo em poucos essa vontade impulsiva de largar tudo e ir atras de novidades e experiencias do tipo. Eu adoro ser assim, meio louco. Hehe!
Então... hoje a documentação chega de Bogota para a UCS. De la para o consulado. Do consulado para o aeroporto. Reservei passagem para o dia 12, mas não faço ideia se vou nesse dia, pode ser antes ou depois. Podia ser depois, dai posso ir na primeira atividade dos escoteiros esse ano e passar o Aniversário da minha mãe em casa. E se for antes, bom já to preparando a mochila aos poucos. Esse domingo teve reunião do Mutirão Pioneiro lá no Grupo e ja aproveitei pra pegar cinco lenços caso eu não volte la antes de viajar. Porque independente de onde estiver, sábado é dia de escoteiro. Falando nisso, alguem conhece algum escoteiro de Bogotá e quer me passar o contato? =)
Hasta!
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Ahhh, Gabriel, Achei massa esse seu post, levei em consideração todos os seus comentários entrelinhas e é perfeito, Eu Sou Graduando em Turismo, Agente de Viagens e Trabalho na Intercultural (agência de Intercâmbio) então digo com segurança que sua escolha com certeza foi perfeita, todos os acontecimentos serão aprendizados basta lembrar disso no decorrer de cada um deles. Fica como dica de experiência: Não sei se é a primeira vez que deixa o País ainda mais para ir morar fora, mas sempre é um grande choque cultural mas a adaptação vem com o tempo não demora muito,vale a pena lembrar também a importância de se atentar aos documentos, Passaporte será sua vida. Pode ser feito outro mas dará uma grande dor de cabeça no exterior. No Mais Aproveitaaaaaaa! qualquer help podes falar comigo @netoozeias
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