A noite cintila sobre o Monumento Nacional das Pontes Naturais, em Utah - designado o primeiro Parque de Céu Escuro pela Associação Internacional de Céu Escuro (IDA, na sigla em inglês). "Aqui pode-se resgatar a experiência da escuridão", diz o guarda-florestal Scott Ryan.
1º) Sim, existe uma Associação Internacional de Céu Escuro! o.O Eles tem até site!
2º) E você, quando foi a ultima vez que viu o Escuro?
Nunca tinha parado para pensar nessa pergunta, até que em um momento de ócio me deparei com essa foto acima no Site da National Geographic. O nosso senhor Google me ajudou a descobrir quem era a Associação Internacional de Céu Escuro e eis que cheguei nesse texto de Washington Novaes que fala sobre "À Procura da Escuridão". A parte que eu mais gostei foi o início, talvez por isso que tenha lido o texto até o fim. Não tenho muita paciência para ler longos textos na internet, mal do twitter deve ser.
"Quem já viajou de barco à noite por rios e igarapés da Amazônia, perto da linha do Equador - onde brilham no céu estrelas dos dois hemisférios -, sabe o que é a sensação de uma noite realmente escura e de um céu estrelado. O autor destas linhas teve o privilégio de, num barco atracado no Rio Andirá, a algumas centenas de metros de uma aldeia indígena, botar a cabeça para fora da janelinha, ao lado do beliche em que dormia, e ter a sensação de que o mundo era feito só de estrelas - no céu e refletidas nas águas quase imóveis do rio."
Me lembro de no último Acampamento de Grupo, no Rancho Fumacê em Fazenda Souza, ter comentado (ou apenas pensado alto?) com minha Patrulha sobre como era bom deitar do lado de fora da barraca e ficar olhando pro céu. Na primeira vez em que acampamos lá, em novembro de 2009, (esse ano foi a segunda) nós já haviamos comentado sobre aquela luz que vinha da cidade. Fazenda Souza é longe de Caxias, o local em que acampamos mais ainda. Mesmo assim, em uma noite estrelada, consequentemente escura, é muito facil identificar em que lado está Caxias. Digamos que lá ao longe, na linha do horizonte, o céu clareava. E não estamos falando de Tóquio ou Nova York. Não são aqueles mapas mundi noturnos que mostram onde há a maior concentração de luz no planeta. É Caxias, estamos falando de CAXIAS! E o pior, a visão de Caxias de Fazenda Souza. O que pensar então de quando acampamos em Chácaras em São Virgílio, ou ainda dentro do Cruzeiro? A lanterna é apenas um instrumento para evitar que eu caia. (É, admito que sou meio atrapalhado no escuro... e no claro também, afinal pra quebrar um braço eu não precisei estar acampando...)
Mês passado, acantonando com a Tropa Escoteira em Água Azul, deeeeeeepois de Fazenda Souza, bem depois, e num buraco se assim pode-se chamar o Campo Escola do Distrito, nós fomos enganados pela noite. O tema do acampamento era 'Terror' e era de se deduzir que o Jogo Noturno perfeito seria uma pista de obstáculos e alguns sustos no meio do caminho. O roteiro do jogo era dar a volta na casa, em cada 'esquina' havia um Chefe pronto para dar o susto. No fim havia um personagem tirado do Planeta dos Macacos e eu com a câmera gravando a cara de susto dos Escoteiros. Mas teve algo que atrapalhou nossa brincadeira... a Lua.
Sim, essa é uma foto da Lua naquele dia. Sem flash, sem zoom, nada. Simplesmente virei a câmera pro céu e tirei a foto. Depois de um sábado chuvoso, mas muuuito chuvoso, fizemos Jornada com pingos muito grande caindo em cima da gente, a noite foi calma. O Céu aberto, nenhuma nuvem, e essa Lua. Se havia estrelas no céu não sei dizer, mas o brilho que saia dessa bola no céu iluminava tudo. O jogo que era esconder pessoas na escuridão e dar sustos não tevê muita graça. A maioria dos Escoteiros, e os mais espertos principalmente, percebiam facilmente quando algo ia acontecer.
Onde quero chegar com isso? É que parei para pensar, quando foi realmente o dia em que eu vi o escuro? É até engraçado essa frase, ver o Escuro. Há quem diga que ele não existe, o que existe é a ausência da luz. Pra mim, ausência da luz é quando tu não paga a conta. Agora mesmo, desligando monitor e lâmpada do quarto, não fico no escuro. Tem a luz do modem piscando, o mouse brilhando, standby de outros aparelhos... o escuro realmente existe? Ou ele é realmente a ausência da luz? Sei que em nove anos de acampamento não me lembro de ter visto o escuro. Quando terminar esse post vou me trancar no corredor, fechar as portas dos quartos e apagar a luz. Quem sabe ali seja escuro... quem sabe.
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